Apresentação PowerPoint

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From: MANGUITO, 5 minutes ago





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sábado, 19 de janeiro de 2008

Introdução

Sendo o centro histórico do Porto (Porto considerado como Património Mundial) constituído por uma paisagem urbana de grande valor estético, que testemunha um desenvolvimento urbano que remota às épocas Romana, Medieval e dos Almadas (século XVIII), a riqueza e a diversidade da arquitectura civil do centro histórico traduzem os valores culturais da época.
Tendo em consideração o desenvolvimento social e a grande influência cultural e humana, que vai evoluindo ao longo do tempo, vão dando lugar ao aparecimento de novas comunidades dentro da cidade.
Assim, este trabalho vai incidir sobre a comunidade cabo-verdiana.
Hoje em dia ouve-se muito falar sobre património, mas será que todos têm uma mesma definição? O que as pessoas consideram por património?
Ao longo do trabalho vamos tentar perceber o que a comunidade cabo-verdiana, que habita no Porto, entende por património e se esta o vê como identidade cultural, ou seja, se ao se referirem ao património estão a ter em conta a sua própria cultura.
Deste modo, pretendemos reflectir sobre as questões do património tendo em consideração a sua identidade cultural, a sua etnia.

Fundamentação

Neste trabalho, o conceito fundamental é o de património. Segundo o Dicionário de Ciências Sociais, 2.ª Edição, Fevereiro 1976, a palavra «património» vem do latim “patrimonium”, que significa “bens herdados do pai, da família”. Na linguagem corrente, do senso comum, o património é um conjunto de bens da família, principalmente aqueles que foram recebidos por herança pelos antecedentes.
É, ainda, de referir os vários tipos de património:
  • património natural;
  • património cultural;
  • património tangível (tangível móvel e tangível imóvel);
  • património imaterial

Património natural- entende-se as formações geológicas e fisiográficas, os locais de interesse naturais ou zonas naturais

Património cultural- constituído pelos monumentos e locais de interesse. Este tipo de património subdivide-se em património tangível móvel(objectos arqueológicos, religiosos,livros,documentos,etc.); e tangível imóvel(obas de engenharia, centros industriais,etc.)

Património cultural imaterial- considera-se as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do património cultural.

O património, como referimos anteriormente, não é sinónimo de cultura, embora seja sempre cultural. O conceito de cultura, segundo Anthony Giddens, “refere-se aos modos de vida dos membros de uma sociedade, ou de grupos pertencentes a essa sociedade; inclui o modo como se vestem, as suas formas de casamento, família, os seus padrões de trabalho, cerimónias religiosas e actividades d lazer”.
Sem cultura, não nos poderíamos considerar “humanos”, pois não teríamos linguagem para nos expressarmos, nem nenhum sentido de autoconsciência e a nossa capacidade cognitiva de pensar e raciocinar seria limitada. Assim, a cultura é uma parte importante daquilo que nos torna humanos.

O conceito de cultura vai, muitas vezes, ao encontro do conceito de identidade – mais ainda, este trabalho vai incidir sobre as questões que podem (ou não) remeter para o conceito de identidade cultural. No campo das ciências sociais, o conceito de identidade cultural caracteriza-se pela sua polissemia e o seu carácter fluido. É nos Estados Unidos que a ideia de identidade cultural é conceptualizada.
A construção da identidade faz-se no interior de quadros sociais que determinam a posição dos agentes e, por isso mesmo, orientam as suas representações e escolhas. A construção identitária não é uma ilusão porque é dotada de eficácia social e produz, assim, efeitos sociais reais.

Não existe uma identidade em si, nem sequer para si, pelo que essa é sempre uma relação com o outro. A identidade é um compromisso, ou poderíamos dizer que uma negociação, entre uma “auto-identidade”, definida por si próprio, e uma “hetero-identidade” ou “exo-identidade” definida pelos outros.

Relativamente ao conceito de etnia, segundo o Dicionário das Ciências Humanas, na tradição antropológica, este termo designa um grupo humano estável na história e no tempo, que partilha origens e tradições comuns, a mesma língua, a mesma cultura e por vezes os mesmos traços morfológicos.
Para Anthony Giddens, “etnicidade”, é um conceito puramente social. Entende-se pelas práticas culturais e os modos de entender o mundo que distinguem uma comunidade das restantes. Não existe nada de inato na etnicidade, é um fenómeno unicamente social; é um elemento central da identidade do indivíduo e do grupo. Pode ser uma linha de continuidade com o passado e é mantida viva através de tradições culturais.

Diferentemente de etnia, o conceito de raça, segundo Anthony Giddens, é bastante complexo, devido à contradição entre o seu uso quotidiano e a sua base científica (ou a sua ausência).
Albert Memmi em “O racismo”, afirma que existe um racista em sentido restrito – aquele que se refere a diferenças biológicas (como a cor da pele, forma do nariz, dimensões do crânio) entre ele e o outro, aproveitando para diminuir esse outro e tirar dai vantagens; e um racismo em sentido lato – em que o acusador, negligenciando ou não as diferenças biológicas se compraz na mesma atitude em nome de outras diferenças. Concluindo, “o racismo é a valorização generalizada e definitiva, de diferenças reais ou imaginárias em proveito do acusador e em detrimento da vítima, afim de justificar uma agressão ou um privilégio”.

Metodologia

A amostra que o grupo utilizou para este trabalho de investigação é constituída por dez indivíduos, internamente heterogéneos. Seis pertencem ao sexo masculino e quatro ao sexo feminino, diferindo em relação à idade e à ocupação profissional. Possuem ainda níveis de escolaridade muito diferentes, desde a inexistência de escolarização ao nível do ensino superior,e diferem quanto ao tempo de estadia em Portugal.
Apesar desta heterogeneidade, os indivíduos, fazem parte da mesma comunidade, Cabo Verdiana, são todos imigrantes e residem todos no Porto:

O procedimento de recolha de dados, assentou num levantamento de diferentes opiniões, em torno de um breve questionário, constituído por alguns elementos identitários e por duas questões:
  • Questionário:
Sexo: F_ M_

Idade:

Nível de escolaridade:

Ocupação profissional:

Duração da estadia em Portugal:
1- O que entende por património?

2- Dê exemplos de patrimonio.

-Com a primeira pergunta pretendeu-se conhecer um pouco as perspectivas pessoais de cada indivíduo acerca do Património. A segunda, é complementar à primeira e facilita a sua compreensão na medida em que se pede ao inquirido para dar exemplos que possam ajudar a definir este conceito.
Considerando o facto de um dos elementos do grupo deste trabalho fazer parte da comunidade Cabo Verdiana, facilitou a realização dos questionários.
O objectivo nuclear da elaboração deste questionário, foi reflectir sobre as concepções de património numa perspectiva inter-cultural. A questão foi posta da seguinte maneira: Falamos do mesmo quando falamos de Património?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Análise dos resultados

Após a recolha de dados, elaboramos uma tabela em que incluia todas as respostas dos inquiridos, e seguidamante, através dela constituímos pequenas tabelas dependendo das variaveis que fomos analisando.

Indicaremos por imediato que dois indivíduos do sexo feminino do grupo etário mais novo não sabe explicar nem exemplificar o que é património

• Análise considerando as diferentes variáveis:

- Quanto ao género:



- Em relação à faixa etária:



Quanto ao tempo de estadia em Portugal – apenas os indivíduos que residem em Portugal há 6 e 10 anos dão exemplos de Cabo Verde quando falam em património.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Considerações Finais

Após a análise dos resultados, o grupo conclui que os resultados não foram os mais esperados, se comparando com o nome do trabalho “Património como Identidade Cultural”.
De facto, esperávamos que os inquiridos respondessem de acordo com a sua cultura de origem. Vejamos que, de uma amostra composta por dez indivíduos, só duas pessoas do sexo feminino, aquando da pergunta sobre exemplos de património existentes, é que deram respostas gerais, directamente ligadas à sua etnia: batuque, Património da Justiça, Palácio do Governo, Assembleia da República. Os restantes (à excepção de duas crianças que não souberam responder) definiram “património” de uma forma mais individual, referindo casas, riqueza, carros, bens que possuem.
O que isto nos leva a pensar é que os individuos têm concepções diferentes acerca do tema, e que estas concepções distinguem-nos dos restantes individuos.